Sou Raquel Luiza da Silva, mineira da cidade de Gouveia, interior de Minas Gerais, sou uma pessoa que acredita muito nos sonhos e nunca os desprende da realidade, por isso vejo nas letras um refúgio perfeito para me isolar desse mundo cheio de conceitos errôneos e preconceitos estranhos. Bom...Sou apenas uma pessoa normal que vê a vida se desenhar á cada história ou a cada poema, que ama, que sente dor, que ri e que chora...Mas que sobre tudo possui alma,mente e coração. "Sou parte do que me criaram e parte do que crio."
De um tempo que se foi pouco se guarda,
De um tempo que virá nada se sabe,
Fico a dedilhar as cordas invisíveis de meus pensamentos,
Numa canção de nada, que nada se sabe,
Será o tempo apaziguador de tormentos?
Será a vida um dedilhar de notas?
E eu pouco sei desse tudo que me vem de longe,
Dessas formas com rostos, sem nomes,
Talvez o que há de lúgubre em muito do que vejo, não esteja em meus olhos,
Mas nos sentimentos que povoam o meu peito,
Feito de um misto absoluto de dissabores, alegrias...
Apresentando ao mundo o ser que se pode tocar,
Com uma imensidão invísivel que a veste carnal não consegue revelar,
E esse tempo que se foi me fez um dia...
E o que virá fará os reparos,
Não sei se a perfeição é algo nosso e será o ponto final desse corpo feito de pó em vestimenta carnal,
Ou se apenas deixará livre a alma eterna, imortal,
E a controvercia do eterno vivendo no corpo que fenece no tocar das horas,
Para mim é a vaidade do Criador provando seu poder diante de nós, simples criação,
Que voltaremos ao pó, moldado por Suas mãos.
E prefiro não mais pensar nisso,
Fazendo de eterno apenas os momentos em que vivo.
Hoje tenho enxaqueca,
Passo a debulhar o rosário do existencialismo,
Tentando fugir da regra do ser e da questão,
Que me atormentam de tal forma que a náusea se torna a única coisa que aguça meus sentidos,
Não há nada nesse momento que me faça olhar além do facho de luz que entra pela janela...
E isso me arde os olhos...
A sensação é estranha,
A cabeça a latejar, a respiração lenta...
A humanidade as vezes se sente assim?
Tão deprimida e indefesa diante de olhos que apenas observam um facho de luz?
E a sensibilidade é desconhecida porque todos dormem enquanto a dor transpassa cabeças pensantes?
Maldita enxaqueca!
E os olhos se tornam rasos, desejos de não mais enxergarem a luz que os irrita, mas que ao mesmo tempo os prende,
Só há uma solução para que não haja luz nesse momento...
E em minha soberania de raça superior tapo a cabeça, mas num ar doído de quem implora, brado:
"Será que alguém pode apagar as estrelas, por favor?!"